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sábado, 18 de julho de 2009

Sermão: Dois Tipos de Cristianismo

Texto: Lucas 7.36 - 50

36Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa. 37E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento; 38e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o ungüento. 39Ao ver isto, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora. 40Dirigiu-se Jesus ao fariseu e lhe disse: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. Ele respondeu: Dize-a, Mestre. 41Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinqüenta. 42Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais? 43Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem. 44E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. 45Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. 46Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés. 47Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama. 48Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados. 49Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este que até perdoa pecados? 50Mas Jesus disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz.

Introdução
I. Cristianismo
O cristianismo tem sido visto como uma religião, porém, é muito mais, pois ser cristão significa ser seguidor de Cristo! Mas como seguir alguém, (para muitos morto) invisível?! Não seria praticando o que ele ensinou? Agindo como ele agia? Sendo igual a ele? “O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem instruído será como o seu mestre”. Lc 6.40 (itálico meu).
O verdadeiro cristianismo não está preso às instituições que o tem professado.

II. O Texto
O nosso texto em questão se refere a uma comunidade judaica, mas estaremos aplicando-o como se referisse a uma comunidade cristã atual, dentro é claro do nos for permitido.

1. O Cristianismo sem Cristo

Nesta passagem podemos observar algumas evidências do cristianismo sem Cristo que tem predominado atualmente, mostrando apenas uma religiosidade de aparências, sem a vida de Cristo.

I. Jesus é um dos convidados, mas não é o principal, apenas um a mais, v.36, 44-46.

O fariseu tinha Jesus em sua casa, mas junto a ele havia mais um grupo de pessoas. E mais, Jesus estava ali apenas como qualquer um dentre aquele grupo. Infelizmente esse tem sido o tipo de cristianismo existente em muitas igrejas! Tem de tudo e Jesus, apenas como um dos elementos de sua estrutura.
Jesus quer ter a primazia, ser o ator principal e não o coadjuvante. Se fizéssemos um filme ou um livro autobiográfico, contando toda nossa história, quem seria a personagem de maior influência? Em que lugar ficaria Jesus? Será que o cristianismo que temos vivido tem sido determinante em nossa vida?
Queremos Jesus, mas não o recebemos bem! O queremos apenas como algo a mais na nossa vida e não como o Guia da nossa vida!

II. Olha com discriminação, v. 39,

Notemos a expressão “ao ver”.
Quando o fariseu viu a cena, da mulher chorando aos pés de Jesus, ele não pensou duas vezes, ele recriminou o ato!
O cristianismo sem Cristo se acha santo demais: o fariseu se via superior aos outros, mais digno e melhor; ele recriminou o próprio Jesus e a mulher!
Esse é o tipo de religiosidade que recrimina, e que pela sua hipocrisia em nome de Deus, impede que o bem seja realizado. O fariseu olhou para a mulher com desdenhe, com juízo pressuposto.
O cristianismo sem Cristo discrimina e vê por aparências.
No evangelho de João, cap 9, lemos a história de um homem cego de nascença. Os apóstolos logo o rotularam: “quem pecou, este ou seus pais”? v. 2. Assim como este fariseu, motivado pelas aparências, rotula Jesus como impostor – “se este fosse profeta” – e a mulher como “pecadora”. No caso do cego, para Jesus Cristo, ele era alguém para se manifestar a glória de Deus, v. 3.
Em nosso cristianismo prático e diário, como temos avaliado as circunstâncias e as pessoas que nos rodeiam? Pela aparência? Verdadeiro é o dito popular “as aparências enganam”, e neste erro o cristianismo atual tem se enredado, julgado e condenado o próximo.
Exemplo: certa vez conheci um rapaz que ia no mesmo ônibus que eu para a faculdade, como ele era tatuado, falava gírias e fazia musculação, eu logo o rotulei como alguém desinteressado pelos estudos, sem compromisso com a faculdade, moralmente duvidoso. Mas ele fez amizade comigo, e descobri, para minha surpresa e vergonha, que a cerca de um ano ele já freqüentava uma igreja, era recém convertido e bastante comprometido com o saber, a cultura e a construção de uma sociedade melhor. Tornou-se um dos melhores colegas de faculdade.

“Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados. Eis que o juiz está às portas.” (Tg 5.9).

Esta passagem deixa um contraste sobre o modo de ver as coisas:
No v. 39 está escrito “ao ver isto”, se referindo ao fato do fariseu ver a mulher diante de Jesus. Mas no v.44, Cristo questiona: “vês esta mulher?”. ! Aprendemos que ele não via como Jesus! Ele via a velha mulher, pecadora, indigna,..., mas não enxergava a nova mulher, transformada pelo evangelho de Cristo.


III. Não conhece a Cristo, v.39.

Para Simão Jesus não era um verdadeiro profeta, não agia como tal, não se enquadrava naquilo que ele definia em sua mente insana no que é um santo, um homem de Deus. As atitudes de Jesus não eram as esperadas por ele, pois ele na verdade ainda não conhecia verdadeiramente quem era o Cristo.
O fariseu provavelmente achava que Jesus deveria expulsar aquela mulher, se ele soubesse “quem e qual tipo de mulher lhe tocou”.
No cristianismo sem Cristo as atitudes são parecidas com as do fariseu. Quando vemos igrejas em que suas práticas religiosas são sem misericórdia, que não pratica e ainda recrimina quem pratica o amor, certamente Jesus não esta ali! Essas mesmas igrejas não aceitam um evangelho que perdoa, que levanta, mas o que lhes empolga é a tirania de julgar e condenar ao banco dos réus os indefesos que não tem voz de defesa. Muitos em nome de Deus, tem esperado um severo juízo sobre aqueles que não se ajustam as suas concepções. Profeta para muitos são os que exercem o autoritarismo, oposto de autoridade, que sabem mandar para o inferno, mas não são capazes de apontar o caminho para o céu.
Jesus quer por perto aqueles que são excluídos da sociedade! A passagem de Mt 8.1-3 é uma ilustração factual do pensamento ativo de Jesus, pois ele toca aquele que segundo a Lei não poderia ser tocado (devido à lepra), e isto antes de curá-lo, para mostrar que ele veio para receber aqueles que são considerados indignos.
O fariseu via apenas defeitos na mulher, não enxergando nada de bom nas suas atitudes. Mas para sua surpresa Jesus verifica qualidade na mulher e defeitos nele! (vv 44 – 45). É dura essa realidade, mas hoje, a luz da Bíblia, muitas igreja (e muitos cristãos) que se sentem irrepreensíveis, tal qual o fariseu, se surpreenderiam com a mensagem desmascarada e pura do evangelho. Da mesma forma que muitas pessoas que nós reputamos por fracas na fé, que não nós é visível nenhuma obra, alcançam aos olhos de Deus a sua justiça, Lc 18. 9 – 14. Era a religiosidade vã que cegava os fariseus! Da mesma forma que o cristianismo vazio, cega o entendimento. Portanto podemos dizer que Jesus vê qualidades em quem só vemos defeitos, e vê defeitos em quem só vemos qualidades!


2. O Cristianismo com Cristo

O texto traz a idéia de uma mulher que já conhecia o ensino de Jesus, e estava ali, talvez parta agradecê-lo. Provavelmente ela era uma das pessoas dentre as multidões que caminhava após Jesus, que o ouvia ensinar o Reino de Deus.

I. Busca Jesus corajosamente

Apesar de ser conhecida pecadora (geralmente o termo era empregado a prostitutas), digna de morte pela Lei mosaica, ela entra na casa do fariseu v.37, 39.
O texto também permite o entendimento de que a mulher já estava ali aguardando Jesus, v.45. “Desde que entrei”, diz Jesus, ela não cessa de me beijar os pés!
No verdadeiro cristianismo, as pessoas buscam a Cristo em qualquer circunstância. A mensagem do evangelho é tão libertadora que não importa as adversidades que circundem sempre se quer mais dele.

II. Trata Jesus além do comum vv.37 e 38.

A mulher foi além do comum. O normal, como Jesus mesmo diz, era oferecer água para os pés, mas ela faz de suas lagrimas de gratidão a torrente para os pés do salvador. Era comum na época a saudação por ósculo, que era o beijo na face, entretanto a mulher lhe beija os pés. Também, era usual, ungir os convidados com óleo na cabeça, mas aquela mulher faz uso de bálsamo nos pés de Jesus. O óleo era uma especiaria barata e de fácil acesso, já o balsamo era caro e precioso. (ver vv. 44 -46)
O cristianismo que temos verificado muitas vezes é aquele que não passa do comum. Não há esforços no servir a Deus. Não estou me referindo a nada imposto e obrigado pelas lideranças cristãs com seus dogmas e R.Is, mas aos sacrifícios espontâneos, que brotam do coração de pessoas que foram atingidas pelo evangelho, que sentem uma enorme gratidão pelo muito amor de Cristo.

III. Tem eterna gratidão, amor por Cristo vv. 40-43, 47.
Aquela mulher agia movida por amor. Ela tinha consciência do perdão e libertação que vinha das palavras de Jesus.
Os verdadeiros cristãos reconhecem que sem Cristo estavam perdidos, tal qual qualquer criminoso. Aqueles que conseguem vislumbrar a grandeza, a imensidão do amor de Deus, certamente, muito ama!
A parábola de Mt 18. 22-35 ilustra bem a vastidão do perdão de Deus.

IV. Vê Jesus somente.
Neste texto, percebemos Jesus observando tudo. Simão também, só que como objetivo de recriminar. A mulher, entretanto só enxerga uma pessoa – JESUS. Só se importava com ele, estava ali apenas para agradecê-lo, não se importando com os demais.

Conclusão
De que lado nós estamos? Será temos professado um cristianismo que não passa do nome, mas que é vazio em seu conteúdo mais expressivo que é o seu autor e consumador?


23 de janeiro de 2008

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