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sábado, 8 de maio de 2010

A Era dos Extremos – o Século XX


A Era dos Extremos – o Século XX


(O livro a “Era dos Extremos”, do historiador Eric Hobsbawm é uma magnífica obra historiográfica que retrata o século XX, e pode ser apreciado por estudantes acadêmicos bem como por pesquisadores livres)


Uma Reflexão

Alexandre L.M Brandão


Primeiramente, podemos dizer que é impossível fazermos qualquer reflexão sobre o século XX, sem o mencionarmos como o mais sangrento da História da humanidade. De sua aurora ao crepúsculo, a guerra e suas conseqüências infligiram duros castigos a humanidade.


Não à toa Hobsbawm cita a célebre frase de René Dumont:

“Vejo-o apenas como um século de massacres e guerras” (HOBSBAWM, 2003, p. 11).


A História humana tomou seu rumo mais obscuro a partir de 1914, no inicio do que ficou conhecido como a Primeira Guerra Mundial. Ainda que Hobsbawm, analise que de certa forma a primeira e a segunda Grande Guerra sejam em suma uma, o que ele chama “31 anos de conflito mundial” (HOBSBAWM, 2003, p. 30).


Estes anos foram tão tenebrosos que ele diz:

“Ele foi marcado pela guerra. Viveu e pensou em termos de guerra mundial, mesmo quando os canhões se calavam e as bombas não explodiam” (HOBSBAWM, 2003, p. 30).


O contexto do pré-guerra, trabalhado pelo autor em “A Era dos Impérios”, configurou uma situação de forte oposição entre as grandes potências imperialistas do núcleo capitalista, que eclodiram na Primeira Guerra; a partir daí, os homens viveriam debaixo da sufocante tensão de um conflito armado em largas proporções. Mesmo no período entre as Guerras Mundiais, e ao longo, do pós Segunda Guerra, na chamada Guerra Fria, “quando os canhões não explodiam”, o mundo suspirou o fantasma de um conflito mundial, de armas nucleares.


No terceiro parágrafo da página 30, Eric Hobsbawm, defende a tese de que o conceito de paz foi transformado a partir de 1914. Como ele aponta o mundo não experimentava uma guerra significativa há praticamente cem anos. Entretanto em quase todo século XX, guerras com conseqüências internacionais, aconteceram. E mais que isso, estes conflitos se tornaram cada vez mais sangrentos e devastadores para a humanidade.


A Primeira Guerra, ainda que em termos de região em conflito, não foi Mundial, suas conseqüências interferiram no processo histórico de todas as nações. Pela primeira vez quase todo continente europeu esteve em conflito armado direto; pela primeira vez várias potências significativas estavam em guerra; pela primeira vez estados de regiões extremas do globo estavam num conflito (EUA e Japão); pela primeira vez a tecnologia bélica era profundamente determinante numa guerra.


“Ela começou como uma guerra essencialmente européia, entre a tríplice aliança de França, Inglaterra e Rússia, de um lado, e as chamadas Potências Centrais, Alemanha e Áustria-Hungria, do outro” (HOBSBAWM, 2003, p.32).


Logo é inegável o caráter econômico da guerra. As nações imperialistas viviam um longo período de paz armada, mas ao mesmo tempo, uma corrida armamentista, de desenvolvimento bélico. Elas se expandiram até onde conseguiram, dividindo o mundo entre si, sempre com um fim financeiro. Desculpas não faltariam para uma investida armada que desse proeminência a uma nação em detrimento de outra potência, como exemplifica Hobsbawm:

“Mais objetivo, o Japão entrou quase de imediato, a fim de tomar posições alemãs no Oriente Médio e no Pacifico ocidental” (HOBSBAWM, 2003, p.32).


Ainda que países de pequena expressão econômica e militar estivessem em guerra, eram as grande potências do núcleo capitalista quem configuravam a Guerra. Tanto, que seu desfecho, como bem aponta Hobsbawm, se deveu muito a intervenção dos EUA.


Por fim, é certo dizer que o século XX foi um século de guerra, mas não devemos esquecer do significado do primeiro grande conflito, bem como do que estava em jogo, e quais eram as forças que dirigiram o curso da humanidade para a bancarrota. Sim, o alto preço, do desenfreado avanço capitalista, que não vê o expressivo valor do ser humano (o homem enquanto ser), mas o que ele tem a oferecer (o homem como mercadoria).





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