História e Bíblia

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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Origens pagã da Páscoa

Cibele - deusa romana



Você Sabia Que...
...A festa da Páscoa surgiu antes de Jesus e dos judeus?

por Fábio Marton

Em março de 250 a.C., os romanos celebram uma festa religiosa em que o protagonista é um ser meio homem, meio deus, que nasceu de mãe virgem e ressuscita a cada ano. Presentear ovos faz parte da cerimônia. Não estamos falando da Páscoa, mas de uma das festas que a originou: a homenagem à deusa Réia e ao pastor Attis, o personagem que ressuscita.

Muito antes do Cristianismo, celebrava-se a entrada da primavera em rituais que têm muito em comum com a Páscoa dos cristãos. Praticamente, todos os povos têm sua versão da festa: entre os romanos é a festa da deusa Réia ou Cibele. Entre os egípcios, a comemoração era para Osíris – que também ressuscitava. Até mesmo o Pessach, a páscoa judaica que deu origem à cristã, surgiu dos rituais da primavera dos pastores e agricultores hebreus, com seus pães sem fermento e sacrifício de animais.

Se a Páscoa já tinha semelhanças com a festa romana, aumentam mais ainda no século 9, com a conversão dos povos germânicos ao Cristianismo. Exatamente como na Antiguidade, os símbolos das festividades pagãs acabaram incorporados à celebração cristã. É o caso do coelhinho, por exemplo: o bicho era nada menos que a representação a deusa da primavera entre povos bárbaros. Ainda hoje, Páscoa é chamada Ostern em alemão e Easter em inglês – derivações do nome da deusa Eostre. Conotações sexuais da fertilidade comemorada nos ritos pagãos também influenciaram a cerimônia cristã. Até meados do século 20, a Páscoa inglesa incluía brincadeiras eróticas, como levantar uma mulher três vezes – só para ganhar um beijinho.

Revista Aventuras na História – editora Abril


A Páscoa Judaica relembra a libertação do Egito


Qual a relação entre a Páscoa judaica e a cristã?

Caio Ramos

Para começo de conversa, a palavra Páscoa – Pessach, em hebraico – significa passagem. Para os judeus, ela representa a travessia pelo mar Vermelho, quando o povo liderado por Moisés passou da escravidão do Egito para a liberdade na Terra Prometida. "Para os cristãos, ela tem um sentido mais metafísico. Representa a passagem de Cristo pela morte", afirma o teólogo Fernando Altmeyer Júnior, da PUC de São Paulo, referindo-se à tradição de que Jesus teria ressuscitado no terceiro dia após a crucificação.
Segundo Altmeyer, a Páscoa cristã recebeu o nome da comemoração judaica porque a Paixão de Cristo aconteceu no início do Pessach – a festa judaica dura sete dias em Israel e oito em outros lugares. A cerimônia conhecida como Última Ceia teria sido um Seder, o tradicional jantar realizado na véspera do início da Páscoa judaica.

Apesar de receberem o mesmo nome, as duas celebrações não ocorrem necessariamente em datas coincidentes. A Páscoa cristã é comemorada no primeiro domingo de lua cheia depois do equinócio de primavera (de outono, no hemisfério sul). Já as comemorações da Páscoa judaica têm início na primeira lua cheia do mesmo equinócio. O início do Pessach e a Páscoa cristã podem cair no mesmo dia, mas isso dificilmente ocorre. Neste ano, por exemplo, os judeus fazem o Seder no dia 5 de abril, uma segunda-feira. Já os cristãos comemoram a ressurreição de Cristo no dia 11 do mesmo mês.

Revista Superinteressante – editora Abril


segunda-feira, 11 de abril de 2011

JESUS E A MULHER DE LÓ




JESUS E A MULHER DE LÓ

Caio Fabio

“Lembrai-vos da mulher de Ló”— é uma das advertências apocalípticas de Jesus. As recomendações que se seguem a essa advertência são todas relacionadas a urgência e a total decisão de não olhar para trás quando os “sinais” estiverem se cumprindo... É como o Caminho do hebreu, é andando...olhando adiante...vendo o invisível...indo...nunca ficando escravo à nada; nem que a tal preciosidade esteja no andar de baixo da casa. A ordem é para pular do terraço e correr. É nesse espírito que Jesus trata essa advertência: “Lembrai-vos da mulher de Ló”. É estranho que Aquele que falou tanto sobre o perigo do sal perder o sabor tenha também aludido a uma Estátua de Sal quando fala dos perigos da última hora? É claro que não! A moçada diria: “Tudo a ver...!” Sodoma, Gomora, Jerusalém, Rio de Janeiro, Salvador, Manaus, Paris, New York, ou qualquer outro lugar de morte e violência da terra, não devem ser objeto da saudade que suspira com pena de sua ruína no dia da Grande Fuga... Quando esse dia chegar cada um não terá sequer tempo para buscar o dinheiro na bolsa. Esse dia é como o Ladrão que vem a noite. Um dia esse dia será o Dia. No entanto, com outras caras, ele sempre chega para cada ser humano muitas vezes na vida. E o sábio sobe o monte, ou vai para onde puder, mas não fica com saudade do que está sob juízo divino. Se Deus mandar você correr... Corra! A existencialidade dessa advertência, “Lembrai-vos da mulher de Ló”, me assuta. É uma Imagem Tenebrosa! Uma mulher olhando para Sodoma e Gomorra, e que fica petrificada pelo bafo que veio do juízo que caiu sobre ambas as cidades... Este é um grande perigo. Virar algo como essa estátua de sal, que não anda para adiante...mesmo que seja em fuga, como um hebreu deveria fazer; e que fica com saudades dos pecados que não cometeu. Sim, porque a mulher de Ló não era uma das devassas da cidade. Não! Jamais seria! Porém, amou os pecados que não cometeu; por isso, quando chegou a hora de deixar aquilo para trás...ela ficou “como” aquilo que dizia odiar. Saudades dos pecados que não se cometeu, é o poder existencial e psicológico que mais faz hebreus virarem estátuas de sal. É aquela doença de quem morre de inveja de quem faz algo que a pessoa considera pecado; e, portanto, odeia quem faz; enquanto morre de saudade de nunca ter feito; e, portanto, se petrifica ao soprar da poeira de Sodoma. “Lembrai-vos da mulher de Ló!”

sábado, 2 de abril de 2011

Rita – Uma crônica para um pai.



Rita

Rubem Braga

No meio da  noite despertei sonhando com minha filha Rita. Eu a via nitidamente, na graça de seus cinco anos.
Seus cabelos castanhos - a fita azul - o nariz reto, correto, os olhos de água, o riso fino, engraçado, brusco...
Depois um instante de seriedade; minha filha Rita encarando a vida sem medo, mas séria, com dignidade.
Rita ouvindo música; vendo campos, mares, montanhas; ouvindo de seu pai o pouco, o nada que ele sabe das coisas, mas pegando dele seu jeito de amar - sério, quieto, devagar.
Eu lhe traria cajus amarelos e vermelhos, seus olhos brilhantes de prazer, eu lhe ensinaria a palavra cica, e também a amar os bichos tristes, a anta e a pequena cutia; o córrego; e a nuvem tangida pela viração.
Minha filha Rita em meu sonho me sorria - com pena deste seu pai, que nunca teve.